Falar dos que nos faz bem nos deixa mais feliz, ainda que distante dos
olhos. Quando aqui cheguei à 13 anos atrás vim morar onde moro até hoje na casa
vizinha a Dona Coleta, pessoa de alma bonita, com uma educação perfeita, sempre
a chamei de Vovó Coleta, não por ser minha avó, mais por assim ser chamada por
seus netos que estavam sempre por perto, e confesso que me sentia um pouco
neta, pela acolhida que ela me fazia, não só a mim como a minha filha Jade,
nunca esqueço de quando chegava do trabalho e lá estava ela esperando o portão
bater para me chamar e entregar a janta pois assim dizia, “Minha filha você
trabalhou o dia inteiro não precisa fazer a janta, guardei um arrozinho de
leite com paçoca para você e Jade” ou então quando ia lavar a imensa garagem e
ela chamava logo a secretária dela para me ajudar, isso sem contar com inúmeros
conselhos que ela me dava.
Como posso esquecer tanto bem que ela me trouxe tanta sapiência em
suas palavras, em seus conselhos, de como me fez recuperar meu bem precioso “meu
Brito”. Sim foi Vovó Coleta foi seus conselhos que me fizeram amadurecer, ter paciência
e não era minha Vozinha de sangue só de coração. Vovó Coleta pelo pouco que
convivemos sabes que não sou de frequentar templos, que só três pessoas me
fizeram isso e a Senhora foi uma delas, sei da sua presença entre nós embora
nosso olhos imperfeitos não os veja. Quero deixar meu abraço como dava e dizer
da sua importância para mim.
Não vou à igreja, mais estarei com os seus em pensamento e oração, que
a paz entre nós que tivemos o prazer de conviver com a Senhora seja sempre da
cor dos seus lindos cabelos, e que meu “seu” jardim tenha sempre seu perfume.
Obrigada Vovó Coleta.
Por mim.