Pessoas circulam sob a ação de
qualquer força motriz
pelas estradas atulhadas, de
transporte, gente, animais.
Hoje uma Índia no meu
nordeste.
Trinta anos
atrás era tão belamente pequena e modesta.
Conta à
história que muita coisa foi deficiente
testemunhei
algumas, outras só ouvi,
delas me fiz
presente na labuta
algumas vezes
desenhei, outras até escrevi.
Pois, essa
era hora da voltar ao trabalho,
parando aqui
e ali: namoro,história, estórias,
regada a
gargalhadas e cervejas.
Volto e
quase nada encontro,
meus jornais
já não existem,
não sinto
mais o cheiro da tinta,
a paz daquelas
madrugadas foi roubada.
Minha cidade
cresceu,população nova.
Cruzo com
gente e não sou reconhecida:
amigos,
ruas, calçadas, todos mudaram.
Só o seu
calor ainda aconchega a gente.
Muitos anos
aqui vivi, tanta gente conheci
andei por
lugares longínquos, em jornais.
Porém, seu
cheiro e calor nunca encontrei igual.
Regressa à
minha cidade é menear à memória.
Buscar em
cada cantinho um fragmento,
uma
lembrança, uma estilha daquele tempo.
A realidade
daquilo tudo ficou gravado
na carne e
na vida que dorme comigo.
14/02/2017