Foto Claudino |
Sigo de ônibus correr a estrada de
asfalto,
que era margeada por uma vegetação a inflamar
galhos secos, carrapichos pronto a
enfurna-se nas roupas
o som dos arbusto ao vento seco
querendo nos embalar.
Sol quente a pino, tudo quieto,
somente os pneus a devorar a estrada,
onde a linha divisória entre o
asfalto e o céu,
confundia-se com tremulas faíscas de
ar quente.
A roupa já grudava na pele,
a cada margem surgia um verde
acanhado,
das acácias e carnaúbas resistentes,
vegetação ressequida, polvilhada de
cinza triste.
O sol castigava em declínio
avistando ao longe trêmulas silhuetas
edificadas pelo crepúsculo que já se
avizinhava
respiro aliviada, feliz, estou
voltando.
A noite do sol do deserto é fria
lembrei de como era a volta da labuta
na sua moto,
agarrada a sua cintura deixando você
ser meu guia,
e tudo volta como uma foto.
Chegar e caminhar com mais vagar,
senti seu ar prenhe de poeira fina,
seu aconchego de casa de mãe
seu instigar a ficar acordada.
Atiçada a jogar conversa fora,
nos bares calçadas e praças suas
sentir seu frio desértico eirado
beber sem pressa, sorver cada gota.
Escrever com a mente
e executar com o corpo
assim se fazer presente
na minha casa tanto tempo ausente.
12/02/2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário