domingo, 12 de fevereiro de 2017

Minha Cidade, Minha casa

Foto Claudino


Sigo de ônibus correr a estrada de asfalto,
que era margeada por uma vegetação a inflamar
galhos secos, carrapichos pronto a enfurna-se nas roupas
o som dos arbusto ao vento seco querendo nos embalar.

Sol quente a pino, tudo quieto,  
somente os pneus a devorar a estrada,
onde a linha divisória entre o asfalto e o céu,
confundia-se com tremulas faíscas de ar quente.

A roupa já grudava na pele,
a cada margem surgia um verde acanhado,
das acácias  e carnaúbas resistentes,
vegetação ressequida, polvilhada de cinza triste.

O sol castigava em declínio
avistando ao longe trêmulas silhuetas
edificadas pelo crepúsculo que já se avizinhava
respiro aliviada, feliz, estou voltando.

A noite do sol do deserto é fria
lembrei de como era a volta da labuta na sua moto,
agarrada a sua cintura deixando você ser meu guia,
e tudo volta como uma foto.

Chegar e caminhar com mais vagar,
senti seu ar prenhe de poeira fina,
seu aconchego de casa de mãe
seu instigar a ficar acordada.

Atiçada a jogar conversa fora,
nos bares calçadas e praças suas
sentir seu frio desértico eirado
beber sem pressa, sorver cada gota.

Escrever com a mente
e executar com o corpo
assim se fazer presente
na minha casa tanto tempo ausente.
12/02/2017

Nenhum comentário:

Postar um comentário