sexta-feira, 13 de maio de 2016

Cotidiano I A Fome


Lá vem ela subindo a ponte
com a lata na cabeça a caminhar
Sofrida magrinha, triste pela sina sem norte
Que vida tem que levar
Passos oscilante pelo peso d’água
Ou da criança a saía segurar
No corpo acentuada gravidez
Em casa tem mais prole a esperar
Muitas idas e vindas
Precisa se municiar,
São tantas caminhadas
Passos largos a correr,
e logo em casa chegar
Na panela tão pouco comer
Alguns grãos de feijão
Porém muita criança para alimentar
Muitas vezes só água e pão
Dorme filho, que a fome vai passar.