domingo, 27 de dezembro de 2015

Registro Assinado: Prole Peculiar

Registro Assinado: Prole Peculiar: Um dois filhos Lindo de se mimar Três quatro Crianças pra brincar Cinco seis Preciso trabalhar Sete oito Agora gê...

Prole Peculiar




Um dois filhos
Lindo de se mimar
Três quatro
Crianças pra brincar
Cinco seis
Preciso trabalhar
Sete oito
Agora gêmeas
Preciso deixar de contar
Contraceptivo falhou
Nove dez
Onze doze
Gêmeos de novo
Já são muitos pra cuidar
Treze quatorze quinze
Agora basta, vou ligar.

Em sua memória mãe 

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Então é Natal...

Natal data nostálgica, culturalmente hipócrita onde o consumo e o perdão vomitado proliferando o lugar humilde de onde ela surgiu, a simples manjedoura, nunca gostei de datas, de marcas, de patentes, sempre optei pela simplicidade, do amar diariamente, sem hora marcada para dizer eu te amo, para te oferecer uma fatia de bolo ou para ajudar o pedinte.
Mais a magia de tudo isso envolve e deixa o coração oprimido, mesmo VOCÊ estando entre nossos olhos não me sentia obrigada a participar da sua ceia, mais sempre me fazia presente por vê-la iluminada de alegria ao ver toda sua prole ali ao seu redor.
Fazia isso com tanto gosto, com tanto esmero, apesar das atribulações cotidianas, esperava esse momento como quem esperava um milagre, de ver todos juntos como quando pequenos a partilhar o alimento, todos sentadinhos esperando calado onde ali naquele momento a SENHORA ensinava a boa educação, ou o pouco do que conhecia.
O Natal me trás recordações do SENHOR também, da noite que lembro nitidamente da minha primeira boneca, e de quando fomos ao cinema como presente de Natal.
Ficou tudo pra trás, só as lembranças, tentava eu compensar essa noite sempre tão dolorosa do que não foi, do que se foi, do que eu não pude oferecer, mas me contentava saber minha Mãe que você estava ali naquele canto, naquela casa, naquela mesa dividindo a farta comida que um dia foi tão rara. Hoje não estás mais lá, não tem casa, não tem mais a reunião, não tem mais VOCÊ aqui, não que meus olhos imperfeitos possa enxergar, sei que ontem VOCÊ abraçou cada um de nós, mesmo no seu sono reparador. Assim, como o Menino Jesus a SENHORA partiu e ficou a dor, o conto, a saudade. Acredito e creio minha MÃE, estais em um lugar melhor.

O Meu abraço minha Mamãe e Papai.

Por Mim
Para Mamãe

segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Datas I

Datas são
São carinhosas
São hipócritas
São ingratas
São dolorosas

Datas trazem
Felicidade
Saudade
Dor
Revolta

Datas registram
Na face
Nas rugas
Nos cabelos
No tremor

Datas mostram
O tempo
O significado
A verdade

Datas estabelecem
O dia
A chegada
A partida

Datas prescrevem
A validade
A conta
A prescrição

Datas marcam
O Inicio
O Nascer
A Morte
Datas a datar 
e a vida ditar


Por: Mim

domingo, 1 de novembro de 2015

Datas

Não queria o mês de Março
Porém o Abril dolorido chegou,
Dores, esperança e um último suspiro.
Para a casa do PAI voltou
Num segundo estava a gemer
De repente tudo calou.
Chegou Maio e me fez órfã na dor
Junho, Julho, Agosto sem parabéns.
Setembro era uma data sua
Agora estão juntos no além
Outubro, e agora o triste Novembro.
Fazendo tudo relembrar
Aquele dia naquela estação
Estava eu e Keka vendo você embarcar
Acompanhada dos seus anciãos
Que minha imperfeição não deixou enxergar.
Se avizinhando está Dezembro
Com o último primeiro a inflamar
As datas sempre fazendo
O seu papel de registrar
2015 minha mãe, quero apagar.

Por: Mim
Para: Mamãe

sábado, 19 de setembro de 2015

Meu Ar




Calado ali a labutAr
Mãos firmes a desenhAr
Tinha tanta graça no lidAr
Sua boca, seus cílios firmes sem piscAr
Eu ficava ali a  mirAr,
Sábio, silente, a dominAr
Passou meus instintos a instigAr
Seu cheiro, seu andAr
Sua maneira de olhar, de falAr
Sentia necessidade de abraçAr
Suar com suas sendas no desvendAr
Encharcar o corpo até expirAr
Assim o clímax alcançAr
Foram dias e dias a acossAr
Ansiava deísta aquele homem, cada porção filAr
Seu amor, nunca mais descativAr
E assim se fez trinta anos a festejAr.


Por: Mim
Para: Você meu pequeno

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Naco

Quando vejo fotografia antiga
Meus olhos percorrem a buscar
Uma imagem um vestígio
Um passado sem registro
De figuras conhecidas
Um parente, um momento
Um amor perdido
O tempo é um afeie
Deixou de registrar

Por: Mim
Para: Você

Mãe

Quanta sabedoria há no teu olhos,
Quantos dores nas tuas mãos calejadas
Quanto sofrimento levas no peito
Quantas coisas povoam seu pensar

Não dormes tranquila enquanto não contares todos
Serena faz suas orações com fervor
Alivia as dores da carne e da alma
Senhor! Não deixe nada acontecer aos meus, suplica.

Não recostas quieta, tens sempre o que fazer,
O alimento a cozer, a partilhar.
A vestimenta já rude, puída, pelo tempo
Assim como as rugas da face.

Seu choro calado para não alastrar
Lagrimas do que faço, do que fiz, do que vou fazer
Ajoelha e pede um bocadinho de sossego
O cansaço vence, e assim tudo acaba.

Por: Mim
Para: Mamãe

domingo, 13 de setembro de 2015

Órfã

Foto da Internet


Hoje me dei conta do que é ser órfã de mãe
De não poder sentir a segurança
Da sua mão, do seu olhar
De guardar o meu segredo, do desabafar,

Hoje me dei conta de que ser órfã de mãe
É não ter mais pra quem ligar
Não ter mais pra quem contar
Não ter mais pra onde voltar

Hoje me dei conta de que ser órfã de mãe
É não ouvir o que devo fazer
O que tomar quando doer
E saber que você não perguntar se passou

Hoje me dei conta de que ser órfã de mãe
É não mais me responder quando eu chamar
É não pressentir o acontecer
É não ter pra onde correr quando sentir tudo acabar

Hoje me dei conta de que ser órfã de mãe
É não ter mais a segurança do seu amar
Acolhimento do seu olhar
E, aquele alivio ao te abraçar.


De: Mim
Para: Mamãe

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Metade


Estive por tanto tempo só acompanhada
Tinha anelado pelo seu sinal
E esse tempo passou tão lentamente
Ansiando sua chegada para ser amada
Pedindo aos deuses que me ouvisse
E você surge como um sopro
Que veio meu coração abrasar
Trazia tristeza nos olhos
E seu coração quis logo cativar
Foram longas noites a dividir
Planos, sonhos, chegando os olhos a marejar
O amor eu tinha encontrado
Não estava mais só acompanhada
Tenho alguém a quem amar.

Por MIM
Para Você

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Cuidado





Não tenha invejas do amado,
Do amor que se faz calado,
Aprendi com você esse lado,
Do encanto no desejado,
Fica ali embalado,
Como se fosse só guardado,
Com suas noites acordado,
O meu no seu colado,
Se fazendo com cuidado,
Assim seja velado,
Com beijo selado,
O odor ali enlutado.

Por Mim
Pra Você

sábado, 9 de maio de 2015

A minha mãe Nevolanda


Algumas pessoas não conseguem imaginar a preciosidade que tem em mãos, o quanto esse bem é valioso, e como devemos cuidar conduzir para que possamos viver essa vida até o último minuto. Eu ainda os tenho, minha Avó que ainda esta aqui e a Minha MÃE voltou à casa do PAI.
Falo da Vida, do amor materno, do amor fraterno, do bem querer que este ser nos transmite, sem cobranças, sem regras, sem moeda de troca. Não lembro do meu nascer, mais sei da alegria de ser mãe, não só no momento da dor, mais no dia a dia, no abdicar muitas vezes de si para dar vida, brilho, conforto a outro, esse ser que para muitos na velhice são descartados, são pesos mortos. É existe sim gente que faz isso, com animais, com seres, com família.
Poder ver esse amor intenso até na sua última hora, quando muitas vezes naquele hospital a Senhora sofrendo me dizia: “Senta Socorro dorme um pouquinho” Lembrar isso me faz rever certas atitudes, ver o brilho se apagando dos olhos de quem se ama doe na alma, faz você querer trocar muitas vezes de lugar, mais no mesmo instante você sabe do quanto ela sofreria com isso. A fragilidade da vida, os pedaços de momentos vividos passam na sua mente como reprises e você se pergunta em qual ponto dessa jornada você errou, onde deixou de amar e a síndrome do epitáfio lhe invade.
Todos os dias que anteciparam sua viagem eu te abracei te pedi perdão por falhas, disse que a amava, e eu sabia que você também sabia que cada abraço tinha um pouquinho de despedida, te abraçava na saída e na chegada e a cada vez que te levantava da cama, dizia eu nesse momento: “Não posso fraquejar temos pouco tempo”, lhe agradeci pela vida, lhe agradeci pelo trabalho, pelo amor, e me sentia tão feliz quando no abraço você me beijava com se eu criança ainda fosse. Fiz tão pouco, pelo muito que ganhei, eu agradeço a Deus pela permissão e pelo privilégio de ter te entregado aos Nossos, de ser a sua mãe quando a mesma não pode estar com a Senhora, de acalentar a sua dor, de segurar as suas mãos quando me disse que tinha medo, medo dos mortos, medo da morte.
Consegui na última hora do anjo, fazer a oração para a Senhora já na ânsia da partida, cantei Ave Maria para amenizar sua dor, até ouvir música mais minha irmã. Mamãe um turbilhão de sentimentos me invadiu, não conseguia pensar em nada, apena que tudo estava consumado. Que o nosso maior vínculo tinha voltado à Casa do Pai, que agora a Senhora estava em boas mãos, sem dor, sem sofrimento, ao mesmo tempo um nó na minha garganta se fazia, pois lembrei no último instante que apesar de acreditar não ter tudo acabado eu não mais iria te ver com olhos, apena sentir a sua presença.

Hoje Minha mãe posso te perfumar, te abraçar, te enviar flores e minhas orações com a certeza de que receberás todas as dádivas na Casa do Pai Maior. Como podes ver Mamãe estamos bem e tentando aprender a viver sem a sua presença, deixe eu lhe dizer também que compreendi tudo que ofuscava a minha mente. Minha Mãe como somos frágeis, como somos egoístas, inexperientes, como nada do que coadunamos não nos serve para nada se terminamos tudo da mesma maneira.  Nesse seu dia mais um abraço minha Velha.

Por Mim, Socorro Oliveira

quinta-feira, 26 de março de 2015

DIAGRAMAÇÃO sonho ou profissão

Quando estamos exercendo o maior dos momento que é o trabalho, nem uma gripe consegue me desanimar.

Santa Diagramação do meu viver, que me mostrou o caminho das letras
Que me fez gostar de contar você,
Uma linha um espaço,
Não sei se cabe ou se encaixo,
Mas tem um título´
Tem um traço
Falta o sumário que faço?
Não melhor colocar índice
falta dedicatória, orelha, capa
mas disso o outro ali ao lado trata.
Finalzinho faltando o colofão
aqui mais um para minha coleção
há esse caso que tenho com você
Uns dizem que sou artiquiteto das paginas
outros o contador das letras
assim não uso mais as paicas somente
o santo InDesign, ajuda do corel e word
que transformou meu mundo abandonando velhos amores
Cola papel, tesoura margarida não uso mais
são peças de meu museu mental.
Hoje no meu mundo só trabalho com material digital.