sábado, 19 de setembro de 2015

Meu Ar




Calado ali a labutAr
Mãos firmes a desenhAr
Tinha tanta graça no lidAr
Sua boca, seus cílios firmes sem piscAr
Eu ficava ali a  mirAr,
Sábio, silente, a dominAr
Passou meus instintos a instigAr
Seu cheiro, seu andAr
Sua maneira de olhar, de falAr
Sentia necessidade de abraçAr
Suar com suas sendas no desvendAr
Encharcar o corpo até expirAr
Assim o clímax alcançAr
Foram dias e dias a acossAr
Ansiava deísta aquele homem, cada porção filAr
Seu amor, nunca mais descativAr
E assim se fez trinta anos a festejAr.


Por: Mim
Para: Você meu pequeno

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Naco

Quando vejo fotografia antiga
Meus olhos percorrem a buscar
Uma imagem um vestígio
Um passado sem registro
De figuras conhecidas
Um parente, um momento
Um amor perdido
O tempo é um afeie
Deixou de registrar

Por: Mim
Para: Você

Mãe

Quanta sabedoria há no teu olhos,
Quantos dores nas tuas mãos calejadas
Quanto sofrimento levas no peito
Quantas coisas povoam seu pensar

Não dormes tranquila enquanto não contares todos
Serena faz suas orações com fervor
Alivia as dores da carne e da alma
Senhor! Não deixe nada acontecer aos meus, suplica.

Não recostas quieta, tens sempre o que fazer,
O alimento a cozer, a partilhar.
A vestimenta já rude, puída, pelo tempo
Assim como as rugas da face.

Seu choro calado para não alastrar
Lagrimas do que faço, do que fiz, do que vou fazer
Ajoelha e pede um bocadinho de sossego
O cansaço vence, e assim tudo acaba.

Por: Mim
Para: Mamãe

domingo, 13 de setembro de 2015

Órfã

Foto da Internet


Hoje me dei conta do que é ser órfã de mãe
De não poder sentir a segurança
Da sua mão, do seu olhar
De guardar o meu segredo, do desabafar,

Hoje me dei conta de que ser órfã de mãe
É não ter mais pra quem ligar
Não ter mais pra quem contar
Não ter mais pra onde voltar

Hoje me dei conta de que ser órfã de mãe
É não ouvir o que devo fazer
O que tomar quando doer
E saber que você não perguntar se passou

Hoje me dei conta de que ser órfã de mãe
É não mais me responder quando eu chamar
É não pressentir o acontecer
É não ter pra onde correr quando sentir tudo acabar

Hoje me dei conta de que ser órfã de mãe
É não ter mais a segurança do seu amar
Acolhimento do seu olhar
E, aquele alivio ao te abraçar.


De: Mim
Para: Mamãe