quinta-feira, 29 de junho de 2017

Mudança

“Mudança é a única coisa permanente na vida” diz o filósofo Heráclito, temos necessidade de mudar, arrumando a bagagem coisa que você faz ao tomar concepção de que não está aqui para sempre, nesta terra, nesta casa nesta vestimenta, olho pro anel de ouro com brilhante e me pergunto: caberá no meu dedo para onde eu vou? Todas estas roupas, estas pratarias encaixotadas, estes cristais embalados cuidadosamente, para onde eu vou necessito de tudo isso?
O professor e filósofo Mário Sérgio Cortella“ em um discurso na FIESP, fala que “mudar é complicado; mais se acomodar é perecer”. Há risco maior do que acomodação? Creio que o perigo maior está em não mudar, mas, não a física, e sim da alma, mudar por mudar é ainda muito pior, mudar para melhorar o mundo, resgatar a fé, perseguir a humildade dos que têm alma limpa. 
Na minha nova casa não vai ter concorrência, não precisamos ostentar, o trem da partida não guarda bens acumulados a não ser da alma. A vestimenta já se faz desfeita apenas restos dela se depositam na caixinha que volta do pó ao pó.
Daqui não levo nada, apenas a saudade das plantas que acredito que elas vão me encontrar como entes amados com empatias. 
Minha bagagem começou a ser arrumada aos 25 anos, nesta data fiz como a cantora Vanuza “vasculhei minhas gavetas, joguei fora sentimentos tolos, fiz limpeza nos armários, retirei traças e angustias da minha mente e parei de sofrer por coisas pequeninas, deixei de ser menina pra ser mulher”, fui mãe.Aí que percebi a importante da travessia por este lugar onde expio e lapido e, uno-me à almas afins, que me enlaçam e marcam o mesmo bilhete na estação.
Aqui comecei a compreender a história dos dois baldes, (parábola que ouvi quando criança contada por Frei Basílio, no Colégio Ambulatório, no Alto da Conceição, em Mossoró) e tento seguir o caminho do carregador de águas, (engraçado lembrei da Poeta, Advogada e Psicóloga Tatiana Morais), querendo ser o balde com rachaduras, que na realidade todos nós somos baldes rachados com defeitos e limitações.
Assisti outro dia no canal History que estudo científico encontra primeira prova de que existe vida depois da morte, acredito na imortalidade da alma, já não tenho medo, procuro cuidar da minha arrecova, sem papel de seda, caixas de cristais, plástico bolha ou jornal, conteúdos que possam me esperar na minha morada de regresso só quero encontrar aquele caminho florido ou quem sabe as Violetas na Janela, que Patrícia narrou e Vera Lúcia Marinzeck tão bem compreendeu e publicou.
Como Skank canta  em sua  Gentil Loucura,  “Hoje eu tô jogando tudo fora, Tudo que não presta mais, Todo o lixo que juntei”. Quando embarcar espero estar limpa.

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