O que leva uma pessoa a sentir ciúmes, a ponto de cometer loucuras
que denomina de amor? Qual a patologia de um ser que tira a vida de outro, que
foge ao sono e a percepção do ridículo para viver em função de outro ser? Que
sentimento é esse que invade e não o deixa perceber o quanto é significativo
ser livre de amarras, de promessas, de cobranças? Olhar uma pessoa que deixa de
existir para viver na existência de outro é preocupante, e mais quando passa a
fiscalizar, olhar, procurar, fuçar tudo em busca de sinais de traição, para
pessoas com esses sintomas viver as tecnologias atuais deve ser um inferno,
onde tudo se posta, tudo se comenta, onde a irresponsabilidade de alguns gera
desequilíbrios de outras.
Partindo do principio de que ninguém é de ninguém, ou que ninguém
obrigada a viver com ninguém, ao presenciar certos desequilíbrios acende uma
luz sinalizando de que algo precisa ser mudado, nem um ser tem o direito de
pensar em ter a posse de outro, fatos registrado ultimamente dita que a
insegurança entre casais tem aumentado, e que crimes premeditados são noticias
constantes, sei que isso já existia desde nossos ancestrais, mais ultimamente
há uma inversão de valores gritante, não só de casais, não só entre irmãos,
mais respeito, dignidade, amor fraterno é um artigo que pode ficar raro.
Amar e ser amado é algo completamente diferente, é
um encontro tão orquestrado pela vida que não permite você sofrer por antecipação,
não permite a posse de corpo, é um respeito acalantado pelo viver, que transpõe
essa coisa impregnada de ser MEU, é um meu conquistado, não serviçal, não
imposto, tesão e hormônio compactua com essa orquestra chamada traição, mais o
maestro de todo relacionamento é o respeito, o carinho, o querer estar perto, o
querer ficar, o querer fazer seu outro lado feliz ou sua outra metade como
queira chamar, esses sim não se registra em cartório, querer ser feliz ao lado
de outra pessoas muitas vezes é tolerar e esperar a vida mostrar a harmonia do
bem querer.
A convivência com a pessoa amada flui como a
cumplicidade do mar com a areia, que bate rebate e continua ali no seu ritmo,
que só em olhar no fazer traz o brilho de contentamento ao outro, e a paz dos
dois ilustra o viver, isso sim é as alianças do coração que leva o corpo a se
comprometer e se fazer fiel, ver a felicidade do outro, manter uma cumplicidade
mutua que assina qualquer documento, mais documentos do querer e não do fazer
só por um, só para um lado ser feliz, se os dois cantar no mesmo tom isso
significa que a métrica estará correta e a melodia será uma só. Se entrar outra
pessoa na história é porque não existe Amor. O amor não se impõe não se busca não
se compra, Amor é encontro de almas cantando a mesma música.
Por Mim: Socorro Oliveira
De ininterruptos erros, como a falta de contato visual, de tato e principalmente de diálogo, de conversação mesmo, somos fadados ao aprofundamento dessas dores, simplesmente porque não se pôde ouvir um simples “não” e ao invés de tentar entender essa negativa, cada um, busca convencer o outro de que o seu sim, é mais importante do que o do outro. Qual de nós nunca tentou impor nossos juízos, o que nos provoca. O que nos instiga é a tão almejada aceitação de sentimentos, de pensamentos e até de razões, está intrínseco em nós essa angústia, por mais que sejamos sensatos - casos raros – somos quase que forçados a vislumbrar a causa do outro como seu modo de percepção de mundo, quando defendemos uma posição de que acreditamos ser a verdade indubitável, se pudéssemos, mesmo podendo estar sem razão alguma, os calaríamos. Dentro do presumível ato humano, somos o caos total! O difícil, é saber aceitar, como citei a cima, por que amar de verdade também é renuncia, não renuncia de você mesmo, mas renunciar o seu egoísmo, pq somos infelizmente, egocêntricos! Viver a vida do outro, deixar de viver a sua vida em função do outro é de toda forma um aprisionamento, tanto o seu quanto o do seu parceiro... Amar o outro, é primeiro se amar...
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