Da minha janela pra rua existe um abismo
Tão distante e tão oco que se faz raso de lágrimas
Que passa a passos tão largamente distantes
Que nem percebe a aflição do outro extremo
Um abismo raso em que tudo se entulha,
De sentimentos, afagos reprimidos.
Vejo do alto, ele abarrotado de dor e tristeza
Tenho medos que se somam a este abismo.
Medo do tempo que passa correndo
De levar sua infantil fragrância
De você se despedindo dos braços
Assim, como sua mãe se despediu dos meus.
Ô abismo, que da janela me faz lembrar
Que nos primeiros passos não estava aqui,
Nem vi seu primeiro gargalhar.
28/01/2021
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