quinta-feira, 28 de janeiro de 2021

ABISMO

 


Da minha janela pra rua existe um abismo

Tão distante e tão oco que se faz raso de lágrimas

Que passa a passos tão largamente distantes

Que nem percebe a aflição do outro extremo

 

Um abismo raso em que tudo se entulha,

De sentimentos, afagos reprimidos.

Vejo do alto, ele abarrotado de dor e tristeza

Tenho medos que se somam a este abismo.

 

Medo do tempo que passa correndo

De levar sua infantil fragrância

De você se despedindo dos braços

Assim, como sua mãe se despediu dos meus.

 

Ô abismo, que da janela me faz lembrar

Que nos primeiros passos não estava aqui,

Nem vi seu primeiro gargalhar.

 

28/01/2021

 

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