quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

De repente a pressão

 



O cheiro da cozinha desperta lembranças

Da casa cheia de expectativas para o almoço

As lágrimas descem sem barreiras

São tempos difíceis de passar nesta pandemia

 

As horas avançam e lá no fundo a panela assovia

Olho atenta para ela

Talvez, por alertar o tempo ou me tirar da nostalgia

Uma dor de cabeça repentina afasta as lembranças

 

Me preocupo, não é a pressão da panela que chia

É o meu velho coração me alertando

Não pode deixar as emoções invadir-me

O que conta agora, é esperar.

 

Fica pronto o prato do dia: feijão cremoso

Que minhas filhas amam, uma gosta por causa da avó

Outra não revela o porquê,

Sei que meu coração saudoso irá impedir tão saboroso alimento.

 

A medicação afoga a fome, deito.

Ali quietinha deitada, esperando a dor passar

Adormeci, sonhei com a paz do barulho da casa cheia,

Acordei sem dor, sem lágrima, com a fé e a esperança renovadas.

 Manhã de 13/12/2020


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